A seleção brasileira do valor de mercado
Cifras não são tudo, mas Brasil está recheado de jogadores em alta para esta fase pós-Copa.

Nesta sexta (17), o técnico Tite divulgou a primeira convocação de sua seleção após a Copa do Mundo. Com este elenco, o Brasil entrará em campo nos dias 7 e 11 de setembro, contra Estados Unidos e El Salvador, respectivamente. Cerca de dois meses após a derrota para a Bélgica, nas quartas-de-final do Mundial, o ciclo já será reiniciado. São duas partidas na costa leste americana, em Nova Jérsei e na capital Washington, contra seleções que não se classificaram para a última Copa. Na pauta da preparação, não apenas o longo prazo, representado pelo sonho do hexa em 2022, mas também o curto prazo; em menos de um ano, Tite e sua seleção terão pela frente uma Copa América dentro de casa – e com muita pressão.
O Brasil voltará a ser anfitrião da Copa América após 30 anos, logo após uma eliminação doída de um Mundial em torno do qual havia muita expectativa. Além disso, será a quinta vez na história que o país recebe a competição e, nas outras quatro edições (1919, 1922, 1949 e 1989), foi campeão. Isso mesmo; metade dos oito títulos brasileiros (em 35 participações) no torneio de seleções mais antigo do mundo foi conquistada dentro de casa. Também há uma particularidade deste novo ciclo: pela segunda vez consecutiva, duas Copas América serão realizadas. A partir de 2020, a competição passa por um realinhamento. Em 2015 e 2016, fracassos seguidos significaram queda de Dunga. A boa notícia: Tite tem uma base sólida.
Se já houve dúvidas ao redor da “geração” brasileira recente, agora há otimismo. E há motivos para isso. Mesmo na nova convocação de Tite, diversos jogadores têm condições de se firmar na seleção principal. Aliás, tomando como parâmetro o elenco que foi à Copa do Mundo e a forma como o time joga, é possível montar um alicerce básico para o ciclo de quatro anos – incluindo, é claro, o período de adaptação dos próximos dois anos, com duas competições importantes para as quais o treinador deve promover uma mescla entre juventude e experiência, como a convocação desta sexta indica. A seguir, com números do site especializado Transfermarkt, a seleção brasileira do valor de mercado, comparada com as convocações recentes:
GOLEIROS (3)
Foram à Copa: Alisson, Ederson, Cássio.
Os mais valiosos:
Alisson (Liverpool) – 60 M € – 25 anos
Ederson (Manchester City) – 50 M € – 24 anos
Neto (Valencia) – 15 M € – 29 anos
Outros destaques: Diego Alves (Flamengo), Cássio (Corinthians), Marcelo Grohe (Grêmio).
Sub-23: Jean (São Paulo), Caíque (Vitória), David (Paraná).
Na nova convocação: Alisson, Hugo, Neto.
LATERAIS-DIREITOS (2)
Foram à Copa: Danilo, Fagner (Daniel Alves iria, mas se machucou).
Os mais valiosos:
Danilo (Manchester City) – 20 M € – 27 anos
Rafael (Lyon) – 9 M € – 28 anos
Outros destaques: Bruno Peres (São Paulo), Fagner (Corinthians).
Sub-23: Éder Militão (Porto), William (Wolfsburg).
Na nova convocação: Fagner.
LATERAIS-ESQUERDOS (2)
Foram à Copa: Marcelo, Filipe Luís.
Os mais valiosos:
Marcelo (Real Madrid) – 60 M € – 30 anos
Alex Sandro (Juventus) – 45 M € – 27 anos
Outros destaques: Alex Telles (Porto), Wendell (Bayer Leverkusen).
Sub-23: Jorge (Monaco), Bernardo (Brighton).
Na nova convocação: Alex Sandro, Filipe Luís.
ZAGUEIROS (4)
Foram à Copa: Miranda, Thiago Silva, Marquinhos, Pedro Geromel.
Os mais valiosos:
Marquinhos (PSG) – 55 M € – 24 anos
David Luiz (Chelsea) – 25 M € – 31 anos
Gabriel Paulista (Valencia) – 20 M € – 27 anos
Jemerson (Monaco) – 18 M € – 25 anos
Outros destaques: Felipe (Porto), Juan Jesus (Roma), Rafael Tolói (Atalanta), Thiago Silva (PSG).
Sub-23: Marlon (Sassuolo), Luiz Felipe (Lazio), Wallace (Lazio), Samir (Udinese).
Na nova convocação: Marquinhos, Thiago Silva, Felipe, Dedé.

VOLANTES (2)
Foram à Copa: Casemiro, Fernandinho.
Os mais valiosos:
Casemiro (Real Madrid) – 60 M € – 26 anos
Fabinho (Liverpool) – 45 M € – 24 anos
Outros destaques: Luiz Gustavo (Olympique de Marselha), Fernandinho (Manchester City).
Sub-23: Danilo (Nice), Walace (Hannover).
Na nova convocação: Casemiro, Fabinho.
MEIAS (3)
Foram à Copa: Fred, Paulinho, Renato Augusto.
Os mais valiosos:
Fred (Manchester United) – 50 M € – 25 anos
Paulinho (Guangzhou Evergrande) – 40 M € – 30 anos
Allan (Napoli) – 33 M € – 27 anos
Outros destaques: Rafinha (Barcelona), Oscar (Shanghai SIPG), Talisca (Guangzhou Evergrande).
Sub-23: Arthur (Barcelona), Lucas Paquetá (Flamengo), Gerson (Fiorentina).
Na nova convocação: Arthur, Fred, Renato Augusto, Andreas Pereira, Lucas Paquetá.
PONTAS-DIREITAS (2)
Foram à Copa: Douglas Costa, Willian.
Os mais valiosos:
Douglas Costa (Juventus) – 55 M € – 27 anos
Willian (Chelsea) – 50 M € – 30 anos
Outros destaques: Felipe Anderson (West Ham), Lucas Moura (Tottenham).
Sub-23: Malcom (Barcelona), David Neres (Ajax).
Na nova convocação: Douglas Costa, Willian.
PONTAS-ESQUERDAS (3)
Foram à Copa: Neymar, Philippe Coutinho, Taison.
Os mais valiosos:
Neymar (PSG) – 180 M € – 26 anos
Philippe Coutinho (Barcelona) – 120 M € – 26 anos
Vinícius Júnior (Real Madrid) – 35 M € – 18 anos
Outros destaques: Bernard (Everton), Taison (Shakhtar Donetsk), Caiuby (Augsburg).
Sub-23: Richarlison (Everton), Paulinho (Bayer Leverkusen), Rodrygo (Santos).
Na nova convocação: Neymar, Philippe Coutinho, Éverton.
SEGUNDO ATACANTE (1)
Foi à Copa: Roberto Firmino.
O mais valioso:
Roberto Firmino (Liverpool) – 80 M € – 26 anos
Outro destaque: Luan (Grêmio).
Sub-23: Gabriel Barbosa (Santos).
Na nova convocação: Roberto Firmino.
CENTROAVANTE (1)
Foi à Copa: Gabriel Jesus.
O mais valioso:
Gabriel Jesus (Manchester City) – 80 M € – 21 anos
Outro destaque: Willian José (Real Sociedad).
Sub-23: Wesley (Club Brugge).
Na nova convocação: Pedro.
As opções são inúmeras. É claro que o critério do valor de mercado, especialmente quando compilado por um site europeu como o Transfermarkt, tende a "favorecer" os jogadores brasileiros que estão fora do país. Aqui, jogando no nosso futebol, há muitos pretendentes à seleção também, como a convocação atual deixou claro. Isso só deixa, entretanto, o cenário ainda mais completo, comparando as opções "nacionais" consideradas por Tite com os atletas brasileiros em alta no futebol internacional. A pressão é grande, só que o potencial também.
No último ciclo de Copa, a seleção passou por grave crise com Dunga antes da mudança de técnico. De muitas maneiras, uma recuperação rápida e acentuada, que levou o Brasil de sexto colocado nas eliminatórias para favorito ao título da Copa, deu um caráter salvador para o trabalho de Tite. Agora, após um Mundial decepcionante e com torneios importantes pela frente, o saldo do treinador é outro, e ele terá a oportunidade de comandar o time desde o início do ciclo – que será prolongado, pois a Copa de 2022 será em novembro. O objetivo segue o mesmo: o hexa. Mas o desafio só faz aumentar.
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