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Drama do Wigan e confusão geral na Championship

Liga assina venda que traz punição ao clube; e mais imbróglios de um rebaixamento no tribunal.


No próximo fim de semana, o Cruzeiro inicia a trajetória na Série B do Campeonato Brasileiro, com seis pontos negativos e na lanterna. Até mesmo a possibilidade de queda à Terceirona, em punição a mais dívidas, surgiu como possibilidade. Algo triste e sintomático de um futebol pouco profissional. Porém, para muitos, "só acontece no Brasil". Não é o caso. E sequer é necessário ir até a Segundona Boliviana, ou algo assim, para ver. Na Inglaterra, país com a liga mais forte do mundo, há confusões ainda piores. Brentford e Fulham, na final dos playoffs, decidem vaga na Premier League nesta terça (4), em partida que vale cerca de 180 milhões de euros ao vencedor. E enquanto isso, há disputa ainda mais ferrenha no bastidor da Championship, a Segunda Divisão inglesa, contra a queda para a Terceirona. Punição, recurso, contestação... Em campo, caíram Charlton, Hull e Barnsley – este, por enquanto, salvo. Tudo graças ao Wigan.


No fim de 2018, o clube da região metropolitana de Manchester foi vendido pelo empresário e dono de longa data, Dave Whelan, para um conglomerado de Hong Kong. Em meio à coronacrise, porém, os novos donos decidiram vender novamente, para outra holding de Hong Kong – sob protestos que os compradores não apresentavam garantias suficientes. Em toda a venda de um clube inglês ligado à Football League, é necessária uma revisão financeira, permissão e assinatura da própria liga. Foi o que ocorreu. E menos de um mês depois, os Latics entraram em recuperação administrativa, após os novos donos não investirem o prometido; e sob suspeitas de que havia uma grande aposta, em Hong Kong, na queda do Wigan. O time, agora gerido por advogados e contadores, tenta vender jogadores desesperadamente, e quem fica busca livrar o time do rebaixamento, contando com perda de pontos; praxe se um time entra em recuperação.


A tristeza e o desespero do Wigan após o empate que, com a punição, decretou a queda. (Reprodução/Twitter WAFC)

Mesmo com vitória de 8 a 0 sobre o lanterna Hull e em meio a tentativas de arrumar um comprador para o clube ainda com a temporada em andamento, o Wigan não conseguiu ficar mais de 12 pontos distante da zona. A Football League, rápida em aprovar uma compra, foi também rápida em aplicar a punição ao clube, apesar da própria responsabilidade. E ela foi aplicada já nesta temporada, não na seguinte, como foi feito com o Bolton no ano passado – por conta de já terem terminado na zona de rebaixamento. O problema é que, por exemplo, investigações sobre fraudes financeiras do Derby County e do Sheffield Wednesday se arrastam desde janeiro, também mudariam a zona de descenso, mas não tiveram o mesmo rigor. A liga, aliás, já vem de caso em que desfiliou precocemente o Bury, enquanto o clube procurava comprador. E agora, protagoniza situação constrangedora de punir time que agiu com anuência da própria liga.


No caso de punições administrativas que são aplicadas de forma esportiva, em perda de pontos, a Inglaterra e boa parte da Europa funcionam assim: após a decisão, a sanção vale na temporada corrente caso ela não seja redundante; ou seja, para time rebaixado, por exemplo, ela é adiada ao ano seguinte.

Contando com a punição ao Wigan, o clube caiu e salvou o Barnsley. Por enquanto. O recurso ainda pode mudar tudo. Só que ao mesmo tempo, agora salvos, os vermelhos são parte interessada e lutam contra o apelo. Mesmo vale para o Charlton, que fica na frente do Wigan e passa ser o primeiro time na zona. Já depois do fim da temporada, uma punição preliminar de 12 pontos foi dada ao Sheffield Wednesday, mas válida apenas para 2020/21. E o Charlton, é claro, contesta, já que seria salvo caso a aplicação fosse ainda nesta temporada. E paralelamente a tudo isso, segue a investigação ao Derby County, acusado de quebra de fair play financeiro no triênio 2015-18. A punição aos carneiros pode chegar a 21 pontos, o que os levaria à lanterna, se aplicada ainda nesta temporada. E o mais curioso é que nada disso é novo nas divisões inferiores europeias, ou mesmo inglesas. Acontece sempre. É, o Brasil é uma várzea; mas não é o único.

 

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