Em 2015, a chance final do México na Libertadores
Há exatos cinco anos, Tigres foi às semifinais; o último dos três mexicanos a chegar à decisão.

É possível contar em apenas uma mão os clubes do México que alcançaram a fase semifinal da Taça Libertadores, mesmo em quase vinte anos de participação. Entre 1998 e 2016, apenas América (em 2000, 2002 e 2008) e Chivas (em 2005 e 2006) ficaram entre os quatro, exceção feita aos finalistas Cruz Azul (em 2001) e o próprio Chivas, novamente (em 2010). Até aqui, você só usou três dedos, mas também só precisará de mais um: na penúltima edição do torneio que contou com participantes mexicanos, o Tigres bateu na trave. Em 2016, os times do outro lado da América jogaram as fichas finais na competição, sem tanto destaque. Isso porque, a partir do ano seguinte, com a mudança da Libertadores para um calendário anual, a presença deles ficou inviável. Depois disso, em 2018, até a Liga dos Campeões da CONCACAF mudou seu cronograma; o campeonato agora começa e acaba no primeiro semestre, como antes ocorria com a Libertadores.
Os times do México não queriam deixar de jogar contra os sul-americanos. A competitividade era positiva, assim como as rendas com bilheteria. O torneio continental também perdeu, sem diversos clubes de tradição e qualidade, é bom que se diga. Porém, as equipes mexicanas se encontravam na posição única de disputar duas competições de continentes distintos. Quando foi preciso "escolher", como filiadas à CONCACAF, as ligas nacionais ficaram de mãos atadas. E a medida foi bem cruel com o próprio Tigres, que poderia ter uma nova chance na Libertadores: em 2016, os representantes mexicanos já foram os melhores apenas entre os que não se classificaram para a ConcaChampions. Naquela época, além do vice por aqui, o time de Nuevo León foi a mais duas finais continentais do outro lado da América; perdendo as duas. Mas há exatos cinco anos, em 26 de maio de 2015, vencia o Emelec por 2 a 0, virando o duelo e chegando às semifinais.

A virada foi só a primeira do Tigres naquele mata-mata. Após campanha invicta na fase de grupos, com quatro vitórias e apenas dois empates – justamente contra o futuro algoz River Plate –, o time auriazul passou por outra equipe de uma universidade nas oitavas de final, o Universitario de Sucre. Enquanto isso, o River eliminava o rival Boca Juniors sem jogo de volta, devido a notório incidente com gás de pimenta na Bombonera. O triunfo do Tigres em casa sobre o Emelec, com gol de Rafael Sóbis, veio depois de derrota por 1 a 0, em Guayaquil. Isso colocou os mexicanos cara a cara com o Internacional, na semifinal, para mais uma virada. Não teve gol de Sóbis, mas teve gol de Gignac: o jogo de volta, no México, terminou 3 a 1, após revés de 2 a 1 no Beira-Rio. Tigres não só quebrou a seca de mexicanos na semifinal, como também na final: eram cinco anos sem os dois feitos, desde o vice-campeonato do Chivas, justamente ante o Inter, em 2010.
A campanha dos incomparables na Libertadores 2015 teve 14 jogos. Foram 7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, com 25 gols marcados e 16 sofridos. O time-base era: Guzmán; Torres Nilo, Juninho, Ayala (Rivas), Jímenez; Ríos, Pizarro, Damm, Aquino; Rafael Sóbis, Gignac. Téc.: Ricardo Ferretti.
Quando Cruz Azul e Chivas foram finalistas, não tinham direito a fazer o segundo jogo em casa. Ou seja, não foi necessário entrar em ação a regra que, em 2015, prejudicou o Tigres. Apesar da melhor campanha na primeira fase – o River Plate foi literalmente o pior entre os classificados, enquanto os mexicanos só ficaram atrás do Boca –, a Libertadores tinha que encerrar em solo sul-americano, por regulamento. Assim, houve troca. Na ida, o Tigres de Guerrón, Arévalo Ríos e do técnico brasileiro Ricardo Ferretti recebeu o River de Carlos Sánchez, Lucho González e do técnico Marcelo Gallardo (ambos os treinadores seguem até hoje nos cargos). Apesar da pressão no México, um empate sem gols permitiu aos millonarios o título, de forma tranquila, no Monumental de Núñez: vitória por 3 a 0 na volta. A última chance mexicana foi marcante, mas não fez um gol sequer na grande decisão. Até um eventual retorno, a frustração do Tigres seguirá eterna.
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