Equipes da Série B mudam planos cada vez mais cedo
É fevereiro e oito times trocaram de técnico, seja por demissão ou por concorrência: os números.

Há onze meses, o NesF destacou que metade dos clubes participantes do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão de 2019 já haviam mudado de treinador. Naquele momento, a reta final das fases iniciais nos estaduais tinha feito várias vítimas. Desta vez, ainda falta cerca de um mês para isso: o levantamento publicado aqui, no ano passado, foi ao ar em 22 de março. Agora, ainda é fevereiro de uma temporada bastante espremida no calendário do futebol nacional – boa parte dos times teve dez dias de pré-temporada ou menos – e o número de 2019 já está prestes a ser igualado. Oito dos vinte clubes da Série B 2020 mexeram no comando técnico, por diferentes motivos. O que só estabelece o papel intermediário da Segundona. Tal como equipes da Elite colhem trabalhos plantados lá, o nível de exigência da B também é alto. O receio dos clubes quanto à sequência da temporada chega cada vez mais cedo; e faz vítimas.
Chamam atenção, em especial, as demissões de treinadores que sequer traziam desgaste de 2019. Gilson Kleina, por exemplo, que retornou à Ponte Preta em agosto do ano passado, já havia tido um fim de temporada difícil e sua permanência era dúvida. Ficou e não durou muito. Casos de Wagner Lopes, Maurício Barbieri, Hémerson Maria e Augusto Inácio, entretanto, são bem diferentes. Todos foram contratados para 2020, supostamente com respaldo para desenvolver o trabalho com elencos remontados – três dos times, afinal, CSA, Avaí e Chapecoense, acabaram de ser rebaixados da Série A. Barbieri teve um calendário apertado, ainda com Copa do Nordeste, enquanto Inácio, português, vivia sua primeira experiência no Brasil. Nenhum deles teve mais de sete jogos no comando de suas equipes, ainda que o início dos trabalhos realmente fosse problemático. Abaixo, o NesF destaca os números das passagens dos técnicos:
Foram para a Série A
Felipe Conceição – América/MG
30 jogos – 16 vitórias, 9 empates, 5 derrotas
63,3% de aproveitamento
contratado pelo Red Bull Bragantino
substituído por Lisca
Daniel Paulista – Confiança
40 jogos – 18 vitórias, 11 empates, 11 derrotas
54,2% de aproveitamento
contratado pelo Sport
substituído por Matheus Costa

Demissões por desempenho
Maurício Barbieri – CSA
6 jogos – 2 vitórias, 1 empate, 3 derrotas
38,9% de aproveitamento
substituído por Eduardo Baptista
Hémerson Maria – Chapecoense
6 jogos – 3 empates, 3 derrotas
16,6% de aproveitamento
substituído por Umberto Louzer
Wagner Lopes – Botafogo/SP
6 jogos – 2 empates, 4 derrotas
11,1% de aproveitamento
substituído por Claudinei Oliveira
Augusto Inácio – Avaí
7 jogos – 2 vitórias, 1 empate, 4 derrotas
33,3% de aproveitamento
substituído por Rodrigo Santana
Gilson Kleina – Ponte Preta
26 jogos – 7 vitórias, 8 empates, 11 derrotas
37,2% de aproveitamento
substituído por João Brigatti
Troca interna
João Brigatti – Sampaio Corrêa
19 jogos – 10 vitórias, 5 empates, 4 derrotas
61,4% de aproveitamento
contratado pela Ponte Preta
ainda sem substituto, Júnior Amorim de interino
A impressão que os números passam é mesmo de que há uma espécie de limbo em que, no começo do ano, o meio termo não vale de nada para algumas equipes. Saídas de Hémerson Maria e Wagner Lopes, apesar de também com um tempo curtíssimo de trabalho, parecem ter alguma lógica, uma vez que tanto o Botafogo/SP quanto a Chapecoense correm risco de rebaixamento em seus torneios estaduais. Nestas situações, é normal que o treinador caia, ainda mais quando aproveitamento é de fato péssimo. Este não foi o caso de Augusto Inácio e Maurício Barbieri, principalmente. Já a saída de Gilson Kleina da Ponte Preta, além do desgaste anterior, foi fruto do velho dogma da "sequência de três derrotas", inapelável em alguns casos. Mas eloquente mesmo é pensar que este é só o início. Com o fim dos estaduais e a Série B se aproximando, vem mais por aí. E é raro um time encontrar "o seu Felipe Conceição" no meio do campeonato.
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