Força do Furacão está na estrutura e na ambição
Resultados do Athletico/PR na década mostram crescimento que não é acaso, mas projeto.

Na última quarta-feira (17), o Clube Athletico Paranaense conquistou classificação para a semifinal da Copa do Brasil pela segunda vez na sua história. A única ocasião fora em 2013, em que o Grêmio foi a vítima no caminho para a grande final. Diante do Flamengo, o Furacão ficou com o vice. Desta vez, foi o próprio rival carioca a vítima nas quartas de final. O rubro-negro curitibano saiu por cima, nos pênaltis. O triunfo foi mais um dos bons momentos para a torcida atleticana nos últimos meses. Primeiro título continental, vitória acachapante sobre o Boca Juniors, participação inesquecível na Recopa Sul-Americana, até mesmo um bicampeonato estadual com o time sub-23... É um bom ano para torcer para o Athletico/PR. Mas na verdade, 2018 e 2019 são apenas partes de um caminho que vem sendo construído há bastante tempo pelo clube. Há altos e baixos, erros e acertos, posturas que desagradam a torcida, mas o saldo da década é excelente.
A ascensão atual começou, por incrível que pareça, em um fracasso. Após vencer a Série B de 1995, primeira conquista nacional do Furacão, a equipe passou 16 temporadas consecutivas na Elite, um recorde absoluto na história do clube. E então, em 2011, caiu. Parecia o fim do projeto. Sim, pois em meados dos anos 1990, o Athletico tinha uma visão muito clara: construir seu estádio e vencer o Brasileiro em até dez anos – a Arena da Baixada ficou pronta em 1999; o time foi campeão da Elite em 2001. Depois, um vice da Série A em 2004 e, principalmente, da Libertadores em 2005. O plano deu certo e o Furacão deixava de ser importante no Paraná para ser importante no Brasil. Hoje, já é o 11º time que mais representou o país na Libertadores. Um intruso no tal "G12", empatado com o Fluminense e superando o Botafogo. Quando foi rebaixado, em 2011, parecia um passo atrás. Porém, apenas foi um passo em falso. A ambição seguia muito viva.
O time bateu e voltou com razoável tranquilidade, após um 2012 de calvário. A partir de 2013, no entanto, uma mudança mais drástica veio: o estadual passou a ser disputado por time alternativo. Desde então, o CAP joga o Paranaense com uma equipe normalmente sub-23, fazendo longa pré-temporada com o time principal e, de quebra, revelando talentos. Apenas para destacar os recentes, jogadores como Santos, Léo Pereira, Bruno Guimarães e Renan Lodi (recém-vendido ao Atlético de Madri) vieram do escrete aspirante. Sempre utilizando a estrutura moderna do Centro de Treinamento do Caju, em Curitiba, onde há integração total de filosofia do sub-15 ao profissional. Na verdade, a volta para a Elite em 2013 foi o início de um novo projeto, de títulos internacionais, com o primeiro vindo em 2018. O caminho para o sucesso do Athletico/PR fica claro nos resultados do time na década. Foi o que o NesF separou, abaixo:
2011
17º na Série A (rebaixado)
Quartas de final da Copa do Brasil (Vasco)
Segunda fase da Sul-Americana (Flamengo)
Vice-campeão Paranaense (Coritiba)
2012
3º na Série B (promovido)
Quartas de final da Copa do Brasil (Palmeiras)
Vice-campeão Paranaense (Coritiba)
2013
3º na Série A (Libertadores)
Vice-campeão da Copa do Brasil (Flamengo)
Vice-campeão Paranaense (Coritiba)

2014
8º na Série A (Sul-Americana)
Oitavas de final da Copa do Brasil (América/RN)
Fase de grupos da Libertadores
4º no Paranaense
2015
10º na Série A
Segunda fase da Copa do Brasil (Tupi)
Quartas de final da Sul-Americana (Sportivo Luqueño)
9º no Paranaense
2016
6º na Série A (Libertadores)
Oitavas de final da Copa do Brasil (Grêmio)
Vice-campeão da Primeira Liga (Fluminense)
Campeão Paranaense
2017
11º na Série A (Sul-Americana)
Quartas de final da Copa do Brasil (Grêmio)
Oitavas de final da Libertadores (Santos)
Vice-campeão Paranaense (Coritiba)
2018
7º na Série A
Oitavas de final da Copa do Brasil (Cruzeiro)
Campeão da Sul-Americana
Campeão Paranaense
2019
6º na Série A (em andamento)
Semifinal da Copa do Brasil (em andamento)
Oitavas de final da Libertadores (em andamento)
Vice-campeão da Recopa (River Plate)
Campeão Paranaense
Antes do acesso com título, em 1995, o Athletico só tinha ficado duas vezes entre os oito melhores da Primeira Divisão nacional. De lá para cá, isso aconteceu em nove oportunidades. E a partir de 2017, o clube iniciou um projeto ainda mais ambicioso: o de ser campeão mundial em até dez anos. É claro que isso ainda está muito longe da realidade atual da equipe, mas o Furacão cresce de forma exponencial já há algum tempo, sempre com aspirações ambiciosas. É difícil negar os sonhos de um clube que tem se mostrado extremamente competente em traçar objetivos e cumpri-los. Em 2019, o time tem mais uma chance de conquistar a Copa do Brasil, uma das taças que faltam. Se é apenas a segunda vez que o time chega entre os quatro, ambas foram nesta década. Mostra do poder atual do Furação. Também está vivo na Libertadores, sonho da torcida, e com os resultados da fase de grupos (3 a 0; 1 a 2) eliminaria o Boca Juniors. O CAP sonha alto – e faz por onde.
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