Metade da Série B já trocou de técnico em 2019
Números mostram paciência na elite, mas times da Terceirona também mudaram bastante.

Na última segunda-feira (18), o Esporte Clube Vitória ficou sem treinador. Marcelo Chamusca, que estava há pouco mais de três meses no cargo, foi demitido após não conseguir classificar a equipe para as semifinais do Campeonato Baiano – ele já tinha, também, amargado uma dura eliminação na primeira fase da Copa do Brasil, com derrota para o Moto Club por 2 a 0. Na rodada final da fase classificatória do estadual, o Vitória jogava em casa e dependia só de si para passar, mas foi batido pelo Fluminense de Feira de Santana, também por 2 a 0. O Leão foi rápido e acertou com Cláudio Tencati para o restante da temporada. No dia seguinte à demissão de Chamusca, o paranaense já estava em Salvador para assumir o cargo de novo técnico do Vitória. Em meio ao furor dos acontecimentos, no entanto, um detalhe passou incólume. Com a troca de comando no rubro-negro baiano, metade dos times da Série B 2019 já mudou de treinador.
No caso do São Bento, rebaixado para a Série A2 do Paulista, já foram duas trocas, inclusive. Teve time trocando sem demitir, é claro, como a ida controversa de Umberto Louzer do Vila Nova para o Coritiba e a saída de Milton Cruz do Sport, em que o próprio treinador pediu demissão. O cenário da Segundona fica mais eloquente, entretanto, quando comparado com as outras principais divisões do futebol brasileiro. Na Série C, por exemplo, também tem time que já mudou de comando duas vezes no ano (Treze) e até equipe que demitiu técnico invicto na temporada (Paysandu). Porém, a maioria (60%) das equipes continua com o mesmo projeto com o qual começou o ano. E ainda assim houve muitas mudanças. Entre os times da Série A, por exemplo, apenas dois (10%) mexeram no comando técnico. No total, os números levantados pelo NesF mostram que 20 (33,3%) dos 60 clubes no topo da pirâmide do futebol nacional já trocaram de técnico na temporada.
Entretanto, a diferença entre a elite e as Séries B e C é visível. E aqui é importante ressaltar que, neste levantamento, não foram colocados treinadores interinos, apenas efetivos. Gustavo Papa, do Brasil/RS, por exemplo, começou como interino, mas foi efetivado durante o estadual para ficar até o fim da participação do Xavante no Gaúcho. Ele ainda não sabe se será o comandante para a Segundona, mas foi efetivado. Além disso, há os exemplos de São Paulo e Remo, que trocaram de treinador sem demitir o funcionário – apenas reposicionando André Jardine e João Neto em cada comissão técnica. Dentre os diferentes casos, no entanto, o que importa aqui são as trocas, as mudanças de rumo que já ocorreram em menos de quatro meses de temporada, o que configura uma demonstração eloquente do cenário da gestão de futebol no Brasil. Assim, confira abaixo os números e as informações apuradas pelo NesF:
Série A
20 clubes
2 trocaram de técnico (10%)
2 mudanças totais
Em detalhe
Chapecoense: Claudinei Oliveira – ???
São Paulo: André Jardine – Cuca

Série B
20 clubes
10 trocaram de técnico (50%)
11 mudanças totais
Em detalhe
Botafogo/SP: Léo Condé – Roberto Cavalo
Brasil/RS: Paulo Roberto Santos – Gustavo Papa
Coritiba: Argel Fucks – Umberto Louzer
Criciúma: Doriva – Gilson Kleina
Guarani: Osmar Loss – ???
Ponte Preta: Mazola Júnior – Jorginho
Sport: Milton Cruz – Guto Ferreira
São Bento: Marquinhos Santos – Silas
São Bento: Silas – Doriva
Vitória: Marcelo Chamusca – Cláudio Tencati
Vila Nova: Umberto Louzer – Eduardo Baptista
Série C
20 clubes
8 trocaram de técnico (40%)
9 mudanças totais
Em detalhe
Boa Esporte: Tuca Guimarães – ???
Confiança: Betinho – Daniel Paulista
Juventude: Luiz Carlos Winck – Marquinhos Santos
Paysandu: João Brigatti – ???
Remo: João Neto – Márcio Fernandes
Sampaio Corrêa: Flávio Araújo – Julinho Camargo
Treze: Maurílio Silva – Marcinho Guerreiro
Treze: Marcinho Guerreiro – Kleber Romero
Ypiranga/RS: Círio Quadros – Fabiano Daitx
A reta final dos estaduais certamente deixou marcas. Logo antes do Vitória, por exemplo, o Guarani também efetuou mudanças, demitindo Osmar Loss e ainda decidindo seu próximo comandante. Gilson Kleina, no Criciúma, e Doriva, no São Bento, também foram adições recentes, que ajudaram a movimentar o agitadíssimo mercado de treinadores da Série B. Na C, o Paysandu, por exemplo, vai jogar o clássico Rei da Amazônia com treinador interino, e o mesmo vale para o momento da Chapecoense, time da elite. No Boa Esporte, o interino Cesinha está invicto, nas quartas de final do estadual e com chances de ser efetivado para a Terceirona. Com pouco mais de um mês para o início das três principais divisões do Campeonato Brasileiro, é de se esperar, até, que mais trocas ocorram. Os elencos devem mudar, o desempenho pode oscilar para melhor ou para pior e a roda segue girando. Com tantas movimentações, é difícil projetar quem sairá por cima...
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