Pelicans vencem loteria improvável: o cenário atual
Time de Nova Orleães fica com primeira escolha no Draft da NBA, mas tem dilema interno.

Os playoffs chegaram na reta decisiva e as finais de conferência já estão a todo vapor. Seria mais do que justo dedicar a coluna desta semana para analisar as equipes que estão brigando pelo título e os esforços que fizeram para chegar até aqui. De fato, seria o ideal. Pena que a NBA proporcionou uma bomba nos últimos dias que não poderia passar batida por aqui. O New Orleans Pelicans, com apenas 6% de chance de ter a primeira escolha no próximo draft, tirou a sorte grande e tem nas mãos a chance de escolher Zion Williamson para o time.
Alguns detalhes sobre o processo do draft já foram explicados aqui em colunas anteriores, mas, para contextualizar a situação, um breve cenário da situação neste ano: New York Knicks, Phoenix Suns e Cleveland Cavaliers tiveram as três piores campanhas da temporada e por conta disso teriam mais possibilidades de pegar a primeira escolha através da loteria, como a própria NBA chama. Mas justamente por trabalhar com probabilidades, o sorteio pode acabar sendo "injusto" e oferecer o privilégio para uma equipe com campanha melhor, como foi o caso. Os Pelicans abocanharam a primeira escolha, deixando os Knicks com a terceira, Cleveland com a quinta e Phoenix com a sexta.
E é impossível não pensar que os diretores de todas as equipes estão roendo as unhas pensando em Zion caindo nas mãos dos Pelicans. Com outros times, seria mais provável imaginar uma negociação pelo jogador de Duke, mas New Orleans carrega um pouco de justiça poética com a possível chegada de Williamson. Nesta temporada, o astro da equipe, Anthony Davis, deixou o time na mão ao declarar abertamente que gostaria de ser trocado – e ao não ter sua vontade atendida, foi colocado no banco pela maioria dos jogos restantes. A ausência de Davis foi um fator determinante para a queda dos pelicanos, que poderiam até mesmo brigar por uma última vaga nos playoffs, mas ao invés disso terminaram com a sétima pior campanha da liga.

Portanto, há alguns caminhos a serem tomados agora pela administração em Nova Orleães. O mais óbvio seria selecionar Zion, manter Davis e ter uma equipe avassaladora na próxima temporada. Mas seres humanos possuem ego e existem mágoas que são difíceis de superar. A torcida já não está feliz com o Sobrancelha ("the Brow", como Davis é conhecido) e a recíproca tem se mostrado verdadeira. Manter Anthony no time, após tudo o que ocorreu, pode significar uma espécie de "traição" por parte dos engravatados para com os torcedores. O pensamento é: se você tem uma nova estrela no time, por que manter outra que nem quer estar lá?
Isso abriria uma janela interessante para os Pelicans, já que Davis vale muito para diversas equipes, podendo ser trocado até mesmo por mais de um jogador, ajudando a estruturar uma nova equipe ao redor de Williamson. Mas realmente seria uma boa abrir mão de ter uma excelente dupla de all-stars baseado apenas em um desentendimento do jogador com a instituição? Mesmo com o pedido de troca, Davis não foi desrespeitoso diretamente com o time de Nova Orleães em nenhum momento. Talvez essa seja uma decisão a tomar com a cabeça mais fria.
Existe, é claro, a possibilidade de trocar Zion. Mas este é o cenário menos possível no momento. Discorrer sobre isso agora seria loucura, perderia o meu tempo e o seu, caro leitor. Sigamos adiante.
No dia 20 de junho todas as dúvidas serão tiradas. Chega oficialmente o Draft da NBA e provavelmente veremos diretores arrancando cabelos na busca por selecionar o próximo astro para suas franquias. É inegável, no entanto, que a parte mais divertida de imaginar é o que aconteceria se os Pelicans simplesmente não escolhessem Zion Williamson...
#Basquete #NBA #Draft #LoteriadoDraft #NewOrleansPelicans #ZionWilliamson #AnthonyDavis #MercadodaBola #Regras