Técnicos nas Séries A, B e C: mais de um terço caiu
Demissões em Juventude, Vasco e Cruzeiro elevam número, e 22 dos 60 times alteram comando.

A paralisação do futebol brasileiro, quase em sua totalidade, por conta desta pandemia do novo coronavírus, pode ser entendida por muitos como uma "chance" para algumas equipes em crise se recuperarem – embora, também para isso, tudo precise voltar ao normal o quanto antes e os torneios serem retomados. Nos últimos dias, três equipes com profundos problemas efetuaram mudanças no comando técnico, talvez pensando exatamente nisso. O Vasco, na Elite; e o Cruzeiro e o Juventude, na Segundona. Dentre os times da Terceirona, o mais recente a mudar de treinador é o Botafogo/PB. É difícil afirmar que o problema principal de cada um destes clubes é de fato o técnico, mas segue totalmente em voga no Brasil, e parece em ascensão até no mundo, o velho argumento de que "o treinador é o que dá para trocar". Assim, uma equipe em má fase muda a narrativa, de um período difícil para a esperança de uma recuperação.
Longe de ser uma defesa a, por exemplo, Abel Braga ou Adilson Batista, este cenário atual apenas reforça a noção de que o papel atual dos treinadores é cada vez mais importante e, portanto, eles se tornam cada vez mais para-raios das cobranças da mídia e das torcidas – independente da condição de trabalho. Há menos de um mês, o NesF publicou um apanhado das trocas na Série B, que agora já chegaram à metade das equipes na Segunda Divisão. É difícil apontar o principal catalisador deste problema, mas é fato que um lado "alimenta" o outro: clubes contratam sem saber o que procuram e correm para demitir treinadores, imprensa e torcida ansiosas para rotular trabalhos como bons ou ruins, pressão sempre maior e mais rápido... É o ciclo do futebol brasileiro. E agora, com menos de três meses completos no ano e menos de dois meses de temporada, 36,7% dos times nas três principais divisões já mudaram. Veja os números:
As três divisões
60 times
22 trocaram de técnico
36,7% do total
Últimos:
Vasco – Abel Braga por Ramon Menezes (interino)
Cruzeiro – Adilson Batista por Célio Lúcio (interino)
Juventude – Marquinhos Santos por Lucas Zanella (interino)

Série A
20 times
6 trocaram de técnico
30% do total
Último:
Atlético/MG – Rafael Dudamel por Jorge Sampaoli
Série B
20 times
10 trocaram de técnico
50% do total
Último:
Sampaio Corrêa – João Brigatti por Léo Condé
Série C
20 times
6 trocaram de técnico
30% do total
Último:
Botafogo/PB – Evaristo Piza por Warley (interino)
Os números pintam sozinhos a gravidade do cenário. Isso porque, para alguns, ainda seria possível considerar a troca do Red Bull Bragantino, que perdeu Antônio Carlos Zago. Aqui, porém, entende-se que Felipe Conceição foi o primeiro treinador efetivo da equipe na temporada, já que Vinícius Munhoz era interino. Há casos de técnicos que "caíram para cima", como Léo Condé, que deixou o São Bento, da Terceirona, após resultados insatisfatórios na Série A2 do Paulista, e assumiu o Sampaio Corrêa, que disputará a Segundona. Certas diretorias também bancaram seus treinadores, ou a estatística seria ainda mais pesada: Renan Freitas seguiu no Oeste mesmo após luta contra o rebaixamento no estadual, entre outros que parecem balançar, como Tiago Nunes no Corinthians e Gilmar dal Pozzo no Náutico. Agora, com parada obrigatória por motivos maiores que o futebol, enquanto alguns iniciam, outros podem se recuperar.
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